Índios na Casa Branca <br>sinalizam amplo repúdio

RE­SISTÊNCIA A ma­ni­fes­tação re­a­li­zada por grupos na­tivos norte-ame­ri­canos no sá­bado, 10, em Washington, evi­den­ciou a cres­cente con­tes­tação à po­lí­tica an­ti­po­pular agra­vada pela ad­mi­nis­tração Trump.

A Pe­o­ple­Power quer im­pul­si­onar uma agenda de re­sis­tência no país

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O pro­testo li­de­rado pela tribo Sioux da re­serva fe­deral de Stan­ding Rock, si­tuada nos es­tados do Da­kota do Norte e do Sul, teve como ob­jec­tivo manter viva a luta contra a en­trada em fun­ci­o­na­mento de um ole­o­duto que ameaça as fontes de água po­tável do ter­ri­tório. A cons­trução da con­duta in­dus­trial é mais um caso na per­ma­nente vi­o­lação dos di­reitos dos povos au­tóc­tones dos EUA à so­be­rania sobre as suas terras e à pre­ser­vação das tra­di­ções e lo­cais de culto das co­mu­ni­dades an­ces­trais.

Na terça-feira, 7, um tri­bunal fe­deral norte-ame­ri­cano re­cusou um pe­dido dos Sioux de Cheyenne para sus­pender o úl­timo troço da infra-es­tru­tura, com quase dois mil qui­ló­me­tros e que atra­vessa quatro es­tados norte-ame­ri­canos. O ole­o­duto or­çado em 3,8 mi­lhões de dó­lares – assim como o de­no­mi­nado Keys­tone XL, que en­curta a dis­tância de trans­porte de crude dos campos da pro­víncia de Al­berta, Ca­nadá, até às re­fi­na­rias e portos do Sul dos EUA – tem sido alvo de in­tensa con­tes­tação po­pular.

Na pri­meira se­mana na Casa Branca, Do­nald Trump des­con­gelou a con­clusão dos pro­jectos cuja con­cre­ti­zação foi lan­çada du­rante a pre­si­dência Ba­rack Obama.

A ma­ni­fes­tação re­a­li­zada pelos in­dí­genas em Washington sob frio, chuva e neve, de acordo com re­latos de meios de co­mu­ni­cação lo­cais e in­ter­na­ci­o­nais, foi, porém, mais do que uma jor­nada de luta com ra­zões e pro­pó­sitos par­ti­cu­lares, ex­pressão do cres­cente re­púdio à po­lí­tica an­ti­po­pular agra­vada pela nova ad­mi­nis­tração dos EUA. A con­firmá-lo, no do­mingo, 11, a União para as Li­ber­dades Civis na Amé­rica (ACLU) lançou uma pla­ta­forma para co­or­denar o com­bate às po­lí­ticas an­ti­cons­ti­tu­ci­o­nais.

A Pe­o­ple­Power pre­tende im­pul­si­onar uma agenda de re­sis­tência em todo o país, ga­rantiu o di­ri­gente da ACLU Anthony Ro­mero, ci­tado pela Lusa, com re­levo para a luta contra a de­riva ra­cista e xe­nó­foba con­subs­tan­ciada nos de­cretos anti-imi­gração.

Na se­mana pas­sada, re­corda-se, o pre­si­dente Do­nald Trump emitiu uma nova norma que veta por 90 dias a en­trada nos EUA a ci­da­dãos de seis países de mai­oria mu­çul­mana: Irão, Líbia, So­mália, Sudão, Síria e Iémen. Mas tal como fez em re­lação à pri­meira versão, que in­cluía o Iraque, a ACLU, para além de ou­tras or­ga­ni­za­ções não go­ver­na­men­tais, ma­gis­trados e ti­tu­lares de ór­gãos pú­blicos (in­cluindo pro­cu­ra­dores e go­ver­na­dores de Es­tados), apelou à Jus­tiça para que im­peça a en­trada em vigor da le­gis­lação que dis­cri­mina seres hu­manos com base na sua origem e/​ou con­fissão re­li­giosa, sendo, por isso, in­cons­ti­tu­ci­onal, acusam.




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